Pages

quarta-feira, 23 de junho de 2010

O avanço tecnológico e a coleta seletiva.



Texto de Luis Bortoluzzi, enviado por Selito Durigon Rubim.


Sou um sonhador, busco a cultura através da ignorância que cada indivíduo possui. Por mais que sejamos estudiosos, pesquisadores, especialistas, ainda assim, conseguimos nos manter seres muito individuais; por isso, uso a expressão ignorante no início deste parágrafo. Assim, a cada informação que recebo, seja pelo jornal ou pela televisão, internet, etc... procuro buscar uma fundamentação teórica em livros e debatendo com pessoas mais vividas. Fico muito preocupado com o avanço tecnológico, pois quando falamos em avanço, visualizamos de maneira imediata os benefícios e comodidades que elas nos trazem e trarão. A educação de nosso país não está acompanhando este avanço tecnológico.
Em meia década passamos do disquete de 1,44 megabyte ao HD portátil de 500 gigabytes. Um avanço que não é acompanhado por mais da metade da população. Enquanto a tecnologia avança cinco passos nosso povo quase consegue dar um passo. Exemplifico: Quantas famílias possuem um computador? E dentro dessa família, quantos são operadores de máquina? Dentre estes operadores, quantos dominam os sistemas que a máquina oferece? Assim, a cada avanço vamos ficando ainda mais desinformados. Estamos falando de avanço tecnológico, e ainda devemos lembrar que cada cidadão possui ou possuía a sua vida particular. Devemos parar para refletir sobre nossos atos, pensar na família e no coletivo na sociedade. Mas a rapidez desse avanço é tão abrupta que nos tornamos escravos da tecnologia, que acaba nos consumindo de tal maneira, que ficamos adoentados pela doença do século, o stress.
A velocidade desse avanço é tanta, que nossa individualidade se torna coletiva apenas quando somos cobrados pelos nossos atos impensáveis. Por exemplo, ao jogar uma carteira de cigarros no chão, se alguém diz que isso é errado ouviremos: "se todo mundo faz isso porque ela irá deixar de fazer". E assim inúmeras ações humanas são efeito de um avanço "escravo".
Hoje em dia, na compra de uma televisão, quem pergunta se a empresa que a fabricou fará o recolhimento da mesma daqui a 10 anos e a reciclar? E quem tem tempo/interesse de saber para onde vai o lixo gerado na sua própria residência?
Desta maneira teremos milhões de "quens" sem tempo/interesse para saber disso e alguns ainda dirão que isso seria responsabilidade do governo. Assim fico até confuso, sei da importância e o papel do governo, porém a atitude de cada cidadão poderá ser o reflexo de um governo mehor.
Diante de tantas ações fico ansioso, pois nossa cidade implantou a coleta seletiva. É muito bom saber que muitas famílias poderão obter renda através do material descartado de nossas casas; assim estaremos contribuindo com uma cooperativa. Agora os resíduos serão reciclados e tornar-se-ão fonte de renda para muitas outras pessoas, e ainda o material que seria despejado no meio ambiente, com muitas décadas para decomposição, estará sendo reutilizado e a fonte de matéria prima poderá ser menos agredida.
No entanto, é uma realidade ainda verificada em poucos locais do país. De acordo com dados do Compromisso Empresarial para a Reciclagem (CEMPRE), apenas 7% dos municípios brasileiros têm projetos de coleta seletiva em larga escala. E isso que houve crescimento da reciclagem nos últimos anos.
Para isso se tornar uma ação positiva deverá ser um hábito onde cada um deverá selecionar os resíduos secos (inorgânicos) e os molhados (orgânicos). Deverá ser um hábito como escovar os dentes após cada refeição. Daí surge outra preocupação, o nosso povo cada vez perde seus dentes mais cedo, alimenta-se de alimentos sintéticos e cada vez menos escova os dentes. Sempre fico preocupado com os dados estatísticos que acabo captando, porém sei que nossa cidade pode melhorar muito. Para isso é necessário que sejamos mais coletivos, realizando a seleção dos resíduos e com isto estaremos ajudando outras famílias e melhorando a sociedade.
(Publicado no Jornal Tribuna, uruguaiana/RS, ano II, nº 89, 28 de maio de 2010, p. 07)

0 comentários:

Postar um comentário