Recentemente foi realizada a COP-15, cúpula sobre clima realizada em Copenhague. A pressão mundial foi muito grande. Principalmente sobre os Estados Unidos. Houve frustração e indignação de muitos: "Como esses caras não têm consciência de que o futuro do planeta está em jogo".
Agora, vamos pensar em algo que está ao nosso alcance e não depende de uma reunião de líderes: um dos amiores problemas das grandes cidades é o que fazer com o lixo. Mas, muitas vezes, esquecemos de um ponto tão importante quanto este: o quanto nós sujamos as cidades. O tanto de lixo que é jogado nas ruas, parques e praças é simplesmente absurdo. Caberia uma pergunta para todos: nós jogamos papéis, restos de comida, cinzas e "tocos" de cigarro no chão de nossas casas? Claro que não deixa de ser nossa casa - nós jogamos.
Talvez seja porque quem faz issonão pensa sobre o próprio ato. Talvez seja porque tem alguém que vai limpar. Talvez seja para dar trabalho aos garis e "carroceiros". Seja qual for a razão, é, claro, injusticável.
Todo lixo jogado na rua ajuda a criar ratos, baratas, a entupir esgotos (que vão resultar em enchentes, que transmitem outras doenças e trazem transtornos e tragédias), a deixar a cidade mais feia. É muito comum ver gente jogando lixo na rua. Raro guardando-o para levar à própria lixeira. Inacreditável recolhendo e jogando no cesto de lixo.
O princípio de tudo é a educação e o exemplo. Se as crianças virem os adultos jogando lixo na rua, elas jogarão. É inacreditável o número de "bitucas", "tocos", filtros de cigarro, os chamados restos do cigarro, jogado nas ruas, calçadas e praças. É "normal". "Natural". Por quê?
Eis um problema cuja solução depende de nós, não do governo: manter a cidade mais limpa. Gastar menos com a varrição de ruas. Evitar enchentes. Evitar desgraças. Pequenas atitudes que, coletivamente, dão grandes resultados. Nós somos capazes. E podemos começar hoje, jogando o lixo no "lixo"; estimulando as crianças a jogar papéis e sobras de alimentos no cesto de lixo, reciclando. Não jogando tocos de cigarro no chão. "Batendo" a cinza no cinzeiro. Recolhendo o lixo das praças e jogando na cesta mais próxima. A solução está em nossas mãos. E podemos começar agora.
(Celio José Cercal, economista)
FONTE: Jornal Zero Hora, 24/04/2010, p. 16.